Além da chacina, a PM-BA protagonizou episódios de truculência em meio à folia de Carnaval, durante os quais foi contestada por músicos sobre sua conduta | Foto: Vitor Barreto/Ascom SSP-BAFoto: Vitor Barreto/Ascom SSP-BA
O Centro de Cultura Negra do Maranhão expressa sua profunda preocupação e indignação através de uma nota oficial em resposta à chacina que resultou na morte de 12 jovens negros, com idades entre 17 e 27 anos, no estado da Bahia no último dia de Carnaval. O episódio, descrito como brutal e revoltante, é visto como parte do extermínio da juventude negra no Brasil, refletindo a violência racista estrutural e institucional que continua a devastar as comunidades.
Na nota, o CCN manifestou solidariedade a organizações do movimento negro e demais movimentos sociais e de direitos humanos, que exigem respostas públicas e transparentes sobre o ocorrido. A versão oficial das forças de segurança, que alega que as mortes foram resultado de um confronto armado com supostos criminosos, é contestada por testemunhas, familiares e moradores da comunidade. O CCN-MA questiona a credibilidade dessa justificativa e pede uma apuração rigorosa e independente dos fatos.
O Centro também destacou que a tragédia é uma expressão do abandono histórico do Estado brasileiro em garantir os direitos humanos da população negra. A falta de políticas públicas eficazes em áreas como educação, saúde, cultura, trabalho e segurança cidadã contribui para um ambiente vulnerável, onde o narcotráfico e outras dinâmicas criminosas prosperam, justificando operações policiais marcadas por alta letalidade entre a juventude negra.
Dentre as ações defendidas pelo CCN-MA, estão a adoção de câmeras corporais para registrar operações policiais, a realização de perícias independentes, a revisão dos protocolos que permitem a manipulação de cenas de crime e a reformulação das práticas de abordagem e uso da força em áreas periféricas e de maioria negra.
A nota conclui com um compromisso em continuar a luta pela vida da juventude negra, por justiça e pelo fim da política de morte que atinge cotidianamente os territórios.
Confira AQUI a nota publicada.