Na última quinta-feira (10), o Centro de Cultura Negra do Maranhão (CCN), em parceria com a União das Associação de Remanescentes Quilombos de Anajatuba(UNIQUITUBA), realizou importantes encontros com as comunidades quilombolas de Cupaúba e Teso Grande, localizadas no município de Anajatuba. As atividades integram as ações do Projeto Vida de Negro (PVN), que tem como propósito fortalecer as lutas por direitos, autonomia e bem viver nos territórios tradicionais.
A agenda começou pela manhã, no quilombo Cupaúba, reunindo 34 participantes. A acolhida ficou por conta da presidenta da associação local, que lembrou a importância da atuação em rede e conduziu uma dinâmica simbólica sobre união e resistência. Em seguida, houve a apresentação dos presentes e falas institucionais que contextualizaram os objetivos do PVN e as estratégias de atuação articuladas do CCN e UNIQUITUBA.
Um dos momentos mais esperados foi a socialização do processo de regularização fundiária conduzido pelo ITERMA, além de esclarecimentos sobre o acordo administrativo firmado com Cupaúba em torno da pauta da duplicação da BR-135. Também foi discutido o recente crime de desmatamento na região, que motivou a atuação da Promotoria Agrária. O promotor Oziel já agendou duas visitas: uma reunião com os quilombos no dia 02 de maio, e visitas in loco às comunidades no dia 09 de maio.
Durante o encontro, a equipe facilitou a construção da Agenda de Compromisso de Cupaúba, instrumento que organiza as principais demandas do quilombo, distribuindo responsabilidades entre a associação local e o CCN. A ação foi bem recebida e já ficou agendada uma nova assembleia em maio para tratar da alteração do estatuto da associação.
No turno da tarde, a equipe seguiu para o quilombo Teso Grande, onde o mesmo roteiro foi realizado com escuta atenta, levantamento das problemáticas e mapeamento coletivo de soluções. Também foi construída a Agenda de Compromisso de Teso Grande, com destaque para estratégias de enfrentamento das violações e fortalecimento institucional da comunidade.
Ao final dos encontros, um momento especial: a fala sobre o direito à alimentação, seguida do sorteio de cestas básicas, gesto simbólico e solidário que encerrou o dia com afeto e esperança.
As atividades contaram com a presença de Lígia Santos (advogada) e Idrissa da Silva (técnico Projeto Vida de Negro) ambos do compõem a equipe do Projeto Vida de Negro do CCN. A avaliação foi positiva: as comunidades se sentiram acolhidas, ouviram, falaram, denunciaram e, sobretudo, construíram caminhos concretos para continuar lutando e florescendo.